quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Raptada (O Jardim Químico #1) Lauren DeStefano [Opinião]


Sinopse:

Graças à ciência moderna, todos os recém-nascidos são bombas-relógio genéticas - os homens só vivem até aos vinte e cinco anos e as mulheres até aos vinte. Neste cenário desolador, as raparigas são raptadas e forçadas a casamentos polígamos para que a raça humana não desapareça. Levada pelos Colectores para se casar à força, Rhine Ellery, uma rapariga de dezasseis anos entra num mundo de riqueza e privilégio. Apesar do amor genuíno do marido Linden e da amizade relativa das suas irmãs-esposas, Rhine só pensa numa coisa: fugir, encontrar o irmão gémeo e voltar para casa.
Mas a liberdade não é o único problema. O excêntrico pai de Linden está decidido a encontrar um antídoto para o vírus genético que está prestes a levar-lhe o filho e usa cadáveres nas suas experiências. Com a ajuda de um criado, Gabriel, pelo qual se sente perigosamente atraída, Rhine tenta fugir no limitado tempo que lhe resta.

Opinião:

** ALERTA - SPOILERS ** ALERTA - SPOILERS ** ALERTA - SPOILERS **

O mundo como o conhecemos morreu e com ele toda uma juventude devido a um vírus que ataca as mulheres por volta dos 20 anos de idade e os homens aos 25. 
Rhine é a personagem principal desta história, é uma das três irmãs esposas (Cecily e Jena)que é levada à força, num sequestro, para uma fabulosa mansão , onde tem criados que tomam conta dela e das outras três raparigas, usufruem de luxos e podem exigir todo o tipo de caprichos e no fundo só têm de brincar às esposas e aos maridos. 

Capa: Apesar de me parecer um pouco estranha confesso que fiquei curiosa com ela da primeira vez que a vi. Talvez pelo título do livro, que me levou a pensar que fosse outro tipo de história. 

Narrativa: Esta história é narrada na primeira pessoa. A maioria gosta deste tipo de narrativa porque consegue criar uma maior empatia. Eu como sou do partido oficial do contra, não em costumo ligar muito a histórias narradas na primeira pessoa e este livro não foi excepção (para muita pena minha que fui-me a ele como a fome toda). A nível de escrita, a autora apresenta um estilo simples e fluído. Apesar de não ter criado uma paixão por este livro confesso e admito que a leitura decorreu num ápice, não pelo interesse da obra mas pela fé que eu tinha em encontrar alguma coisa que efectivamente me despertasse e me amarra-se à ficção.

Worldbuild ou Worldbuilding (não sei qual dos dois está correcto, estejam à vontade, escolham o que mais gostarem) : é fraco e está mal aproveitado.

Cecily, a irmã-noiva mais nova, nada mais é que um retrato puro e cru de uma criança que foi engravidada por um homem adulto e que nesta sociedade distópica é permitido e natural devido ao vírus e que nada mais faz da vida a não ser maltratar os criados só porque sim. Ter crises de infantilidade aguda e tentar a todo custo ser uma mulher a cem por cento quando deveria estar preocupada em ser uma criança.

Jenna, a irmã-noiva do partido oficial do contra, é contra tudo e todos mas no fim e de repente, pimbas, lá cede ao prazer da carne e até usufruiu do marido. Passa a vida enfiada na biblioteca e de repente morre. Fim da história para ela (ou talvez não).

Rhine, a terceira irmã-noiva, personagem principal e primeira mulher da casa Linden é uma personagem que consegue ser quase um meio termo no meio desta incoerência. No entanto a sua personagem peca por ser demasiado fraca e ambígua. Ora está morta por ver o irmão, ora cede e deixa-se levar pelos encantos do marido e de toda a pomposidade que a vivência na mansão lhe concede. Gostei do facto de ela ter heterocromia. Esta particularidade despertou-me bastante interesse. 

Rowan, irmão gémeo de Rhine, inseparáveis desde a morte dos pais mas que apesar de ser mencionado pela personagem principal, não dá sinal de vida, não existe uma passagem mais conclusiva sobre ele. Nada. Existe mas como se não existisse.

Linden, o marido. Um homem maduro que vive com três irmãs noivas só porque o pai lhe disse que tinha de ser assim (pelo menos foi esta a impressão com que fiquei). Não é sedutor, não é romântico, nem tão pouco o vi sofrer horrores pelo seu eterno amor, Lady Rose.

Supervisor Vaughn: arrepia-me só de pronunciar mentalmente o nome deste homem. Mas é mesmo só por causo do nome porque em todo o livro apesar de ter sido pintado de cobras e lagartos não vi o homem a fazer nada de especial. Pressupõem-se que ele fez trinta por uma linha mas nada nos é revelado, nem sequer o levantar da ponta do véu e isso desmoralizou a minha curiosidade pelo até então vilão da história.

Gabriel: O criado que se apaixona pela 'patroa'. Bom, acho que isto foi um pouco cliché e a envolvencia deles os dois também foi fraquinha. Não arriscaram nada, não fizeram nada de especial e no entanto ficaram perdidamente apaixonados um pelo outro. 

O que eu gostei? Gostei dos três últimos capítulos que aconteceram quase como uma golfada de ar fresco e que me animaram a ler o próximo livro da trilogia na esperança de ficara  saber mais sobre o vírus que mata pessoas aos 20 e aso 25 anos de idade conforme os géneros. Quanto aos restantes ingredientes distópicos incluídos nesta ficção, achei que se é para imaginar um futuro distante, quase como que uma realidade alternativa à que temos agora a autora podia ter-se aplicado mais nos detalhes e na imaginação. Poupava-nos aos detalhes das lantejoulas nos vestidos e investia mais na realidade alternativa desta distopia e desta forma a narrativa não tinha sido tão cansativa e não se tinha arrastado tanto. 

Eu sou uma amante inveterada de livros fantásticos, romances paranormais, mas estou sempre aberta novas experiências literárias. Distopias retrata possíveis realidades futuros muitas das vezes provocadas por acontecimentos menos bons como Apocalipse ou cataclismos que mudam o mundo. Considero-me uma pessoa com uma imaginação muito fértil mas confesso que no que a distopias diz respeito das duas uma: ou elas não estão bem criadas ou então a minha imaginação neste campo fecha-se em copas e mete férias. 

Ainda assim próximo mês começo a ler o segundo livro de nome 'Delírio'. A ver vamos do que sai daqui.

2* foi a minha cotação a este livro no Goodreads.

Boas leituras,


1 comentário:

  1. Não podia concordar mais. As vezes até parecia que estava a ler a mesma coisa, vezes e vezes sem conta.

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